segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bate Papo com a Renée

Hoje abro nosso espaço para uma querida leitora gravidíssima, a Renée do blog DOCES SONHOS. Ela nos traz uma história de superação e amor. Muito emocionante, vale a pena conferir!

Renée, seja muito bem vinda ao nosso espaço e volte sempre que quiser! Me emocionei com seu texto!


Minha experiência com o aborto e como foi engravidar novamente

Com 6 meses de casamento decidi parar de evitar a gravidez. Ele também estava de acordo e tentamos 3 meses. Um belo dia minha menstruação atrasou, eu fiz o teste de farmácia e lá estavam as duas listrinhas indicando um positivo! No mesmo dia, em segredo, fiz o exame de sangue e mais um positivo! Fiquei anestesiada! Chorei de tanta alegria!! Ser mãe sempre foi o meu maior sonho!!! Saí do laboratório querendo gritar para todo mundo que eu estava grávida, que eu ia ser mãe! Foi um momento mágico!!! Contei logo para o marido, que comemorou junto comigo e em seguida estávamos telefonando para a família inteira e amigos!


Marquei consulta, fiz exames e estava tudo aparentemente bem, até que um dia a noite eu tive um sangramento. Eu estava completando 10 semanas de gestação. Liguei para a minha médica que me recomendou repouso, passou uma medicação e uma ultrassom para o dia seguinte. Mal consegui dormir. Queria acreditar que eu ia chegar no hospital, fazer minha ultrassom, ver que estava tudo muito bem e ir embora... Mas eu não conseguia acreditar nisso! Não mesmo! Era como se uma vozinha pedisse para eu me acalmar, que no fim tudo ia terminar bem. O desespero foi tomando conta de mim antes mesmo de entrar na sala do exame, não consigo explicar o que eu senti naquele momento. Chamaram meu nome, entrei na sala, deitei na cama da ultrassonografia e o exame começou. Perguntas de rotina e a conclusão: embrião sem desenvolvimento desde a sétima semana. Como eu fiquei?? Em cacos! Todos espalhados pelo chão.

Marido chegou para me buscar no hospital, eu liguei para minha médica que queria repetir o exame e eu fui para casa esperar para vê-la. Ali estava começando a pior fase da minha vida, até então! Eu não queria acreditar. Perguntava o tempo inteiro a Deus porque aquilo estava acontecendo comigo... Eu não entendia.

Antes mesmo de repetir o exame de ultrassom, eu tive mesmo a certeza do que estava acontecendo comigo. Quando fui ao banheiro comecei a abortar. Não senti dores físicas, somente uma dor imensa no meu peito. Eu chorava, meu marido chorava... Não acreditávamos que estávamos vivendo aquilo. Liguei para minha médica de novo, ela disse que eu ficasse de repouso porque no dia seguinte bem cedinho eu seria internada para fazer a curetagem.

No dia seguinte fui para o hospital, marido infelizmente não pode estar comigo por conta do trabalho, ele estava arrasado. Minha mãe estava junto comigo mas ela não sabia bem como reagir aquela situação, nem eu.

Fiquei lá no quarto tomando soro com remédios para dilatar o colo do meu útero até que vieram me buscar, muitas horas depois. Fui de cadeira de rodas até o centro cirúrgico. Estava de cabeça baixa, chorando muito e a enfermeira pedindo para que eu não chorasse porque depois da anestesia eu poderia ficar com o nariz bem entupido. Eu não levei o pedido dela em consideração, continuei chorando.

Chegamos ao centro cirúrgico, deitei naquela mesa estreita, amarraram meus braços, colocaram minhas pernas para cima, como se eu fosse parir e eu fui me desesperando cada vez mais. Minha médica chegou, o anestesista também. O anestesista me explicou o que ia fazer, que quando ele aplicasse a anestesia eu ia sentir sono. Foi o que aconteceu. Senti tudo se apagando na minha frente. Acordei uma hora depois com minha médica chamando e tremendo de frio. Fui logo perguntando o que ela tirou de dentro de mim e ela disse que eu não me preocupasse, que só existiam os restinhos da bolsa e do saco gestacional, que o bebê já tinha sido expulso ou absorvido por meu organismo.

Estava muito tonta e tremia muito logo após a curetagem. Me levaram para o quarto e eu fui despertando. Senti cólicas terríveis, mas logo providenciaram medicamentos para que eu não sentisse mais dor.

No decorrer do dia alguns amigos foram me visitar e a noite eu tive alta. Fiquei na casa dos meus pais para que minha mãe tomasse conta de mim.

Depois disso tudo eu fui me recuperando fisicamente muito bem, mas por dentro eu estava destruída. Chorava muito, dia e noite. Quanto mais eu evitava ver algo sobre gestação e bebês, mais essas coisas apareciam na minha frente e me machucavam muito. Meu anjinho era um bebê muito querido, amado e esperado. Era o nosso sonho!

No reveillon de 2010 para 2011 eu fiz a promessa de não mais chorar. Decidi mudar de atitude, cuidar de mim, da minha saúde. Resolvi preparar meu coração e meu ventre para que logo, logo meu bebezinho pudesse ocupar aquele cantinho.

Voltei na médica para ver como minha saúde estava. Fiz todos os exames e estava tudo muito bem! Ela disse que se eu quisesse, já podia engravidar novamente e assim que eu estivesse com o positivo em mãos, ligasse para ela.

Dia 16/02 deste ano, com 5 dias de menstruação atrasada eu fiz um exame de farmácia. O resultado? Positivo!!! Mais uma vez a alegria tomou conta de mim!! Mas era uma alegria misturada com um medo incontrolável. Medo de que tudo aquilo acontecesse novamente. Pedi muito a Deus que não me deixasse passar por tudo aquilo de novo, eu não agüentaria...

Dessa vez demoramos mais um pouco para contar sobre minha gestação para as pessoas, só minha mãe e algumas amigas sabiam.

Agora está tudo bem. Estou com quase 7 meses de gestação a espera de um menino que se chamará Bruno Emanuel. Conforme a gravidez foi evoluindo o medo foi passando e hoje eu tenho a absoluta certeza de que meu filho nascerá forte e saudável.

Não esqueci e nunca esquecerei tudo o que me aconteceu. Trauma é trauma. Não importa se o aborto foi com 10 ou com 20 semanas. O amor que sentimos quando nos descobrimos grávidas é o mesmo. Nunca estamos preparados para o pior. Aborto ainda é tabu, seja ele provocado (abomino) ou espontâneo. A gente nunca acha que isso vai acontecer. Em nossas mentes é tudo muito simples, engravidamos e pronto, no fim de 9 meses estaremos parindo um bebê lindo e saudável. Mas nem sempre é assim. Muitas gestações terminam em aborto espontâneo e a maioria de nós só fica sabendo disso depois que passa por essa situação.

O apoio do meu marido, da família e dos amigos foi muito importante para que eu tivesse forças para seguir em frente. Ter muita fé em Deus também me ajudou muito!

É isso!

Beijos



Renée Souza da Costa

8 comentários:

  1. Eu conhecia a história da Renée.
    É muito difícil passar por isso, falar disso e superar isso.
    Minha experiência é terrível pelo que passei, pela forma e tempo de gestação, mas trouxe muito amadurecimento, aproximação da família...
    Dá medo tentar novamente, eu não me preparei, achava que por ter útero invertido isso só aconteceria quando eu quisesse. Tolinha, esqueci que não sou eu quem determino as coisas rs

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  2. Eu acompanho o blog da Re mas não sabia desta
    história assim detalhadamente!
    Não posso dizer que sei o que ela sentiu, mas
    imagino o quanto tenha sido dificil. Todos questionamos a Deus qdo essas coisas acontecem, mas Ele concerteza sabe o que é melhor pra nós!

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  3. Tb acompanho o blog da Re, e tb me emocionei muito com o relato desse post. Passei pelo mesmo que ela e sei o qto é difícil!!! Mas hj tô com a minha Maluzinha crescendo aqui, assim como ela tá com o Bruninho!!! :-)
    Bjs, Re

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  4. Eu tb acompanho a Renee mas não conhecia o trauma!!
    Pra nós barrigudas de plantão doi lá no fundo imaginar alguém passando por dores assim...

    Mas ó, Deus é maior, e tudo ficou bem!!! E que venha Bruninho, lindo forte e saudável!!!

    bjobo nas 2 Dani e Re!!!

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  5. linda história de superação!!!!
    Que serva de inspiração a todas nos tentantes!!!

    Beijinhos ;*

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  6. Oi Dani! Eu conheço a historia da Renee e realmente é superação. Eu também passei pelo mesmo drama, duas vezes com 8 semanas e morava no exterior apenas com meu marido. Foi a pior fase da minha vida, mas quando voltei pro Brasil no final do ano passado engravidei sem planejar e graças a Deus estou aqui a poucas semanas do nascimento da minha filha que pra mim é uma grande benção, um presente de Deus.
    Nunca é tarde pra desistir dos nossos sonhos.
    Um beijao

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  7. Amiga, sinceramente ñ consegui ir até o final...
    nossa eu como tentante prefiro ñ ler estas coisas.
    bjokas1

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  8. bom gente eu tive uma gravides psicologica e foi muinto dificio pra mim mas deus me fes esqueser tudo e supera hoje estou tentando engravidar e sei que vou comseguir biijos

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